Como Identificar os Tipos de Carrapato em Cães?

Existem diversos tipos de carrapato que são ectoparasitas e afetam cães em todo o mundo. Além do desconforto causado pela infestação, esses parasitas são vetores de diversas doenças que podem comprometer seriamente a saúde dos cães e, em alguns casos, dos seres humanos. 

Hoje, você vai entender mais sobre os principais tipos de carrapato que acometem os cães, suas características distintivas, os riscos associados e as melhores práticas para prevenção e controle.​

Importância de identificar os tipos de carrapato

Reconhecer as diferentes espécies de carrapatos é fundamental para implementar medidas eficazes de prevenção e tratamento. 

Cada espécie possui hábitos específicos, preferências de hospedeiros e potencial para transmitir determinadas doenças. 

Ao identificar corretamente o tipo de carrapato presente em seu cão, é possível adotar estratégias direcionadas para minimizar os riscos à saúde do animal e da família.​

Principais tipos de carrapatos que afetam cães no Brasil

No Brasil, algumas espécies de carrapatos são mais comumente encontradas parasitando cães. As principais incluem:

Carrapato-Marrom-do-Cão (Rhipicephalus sanguineus)

O Rhipicephalus sanguineus, conhecido como carrapato-marrom-do-cão, é a espécie mais prevalente em ambientes urbanos e tem uma forte afinidade por cães. 

Este carrapato é de coloração marrom uniforme, com corpo alongado e achatado. Diferentemente de outras espécies, ele completa todo o seu ciclo de vida no ambiente doméstico, infestando canis, residências e áreas frequentadas pelos cães. É um vetor conhecido de doenças como a erliquiose e a babesiose canina. 

Carrapato-Estrela (Amblyomma sculptum)

O carrapato-estrela, cientificamente denominado Amblyomma sculptum, é encontrado principalmente em áreas rurais e regiões com vegetação densa. 

Possui coloração marrom com manchas claras no dorso e pernas longas, sendo maior que outras espécies de carrapatos. 

Este carrapato é notório por ser o principal vetor da febre maculosa, uma doença grave que afeta tanto animais quanto seres humanos. 

Carrapato-de-Bois (Rhipicephalus microplus)

Embora seja mais comum em bovinos, o Rhipicephalus microplus, conhecido como carrapato-de-boi, pode ocasionalmente parasitar cães, especialmente em áreas rurais. 

Este carrapato é menor e mais arredondado, com coloração marrom avermelhada. É responsável pela transmissão de doenças como a babesiose bovina, mas sua relevância em cães é limitada.

Carrapato-de-Galinha (Argas miniatus)

O Argas miniatus, conhecido como carrapato-de-galinha, é um ectoparasita que afeta principalmente aves, mas pode ocasionalmente ser encontrado em cães que vivem em proximidade com galinheiros ou áreas rurais. 

Este carrapato é responsável pela transmissão da bouba aviária, uma doença infecciosa que afeta galináceos. 

Como é o ciclo de vida dos tipos de carrapato?

Compreender o ciclo de vida dos carrapatos é essencial para implementar medidas eficazes de controle. O ciclo de vida típico de um carrapato inclui quatro estágios: ovo, larva, ninfa e adulto. 

Dependendo da espécie, o carrapato pode necessitar de um ou mais hospedeiros para completar seu desenvolvimento. 

Por exemplo, o Rhipicephalus sanguineus é conhecido por completar seu ciclo de vida exclusivamente em cães, enquanto outras espécies podem utilizar diferentes hospedeiros em cada estágio de desenvolvimento. ​

Principais doenças transmitidas por carrapatos em cães

Os carrapatos são vetores de várias doenças que podem afetar gravemente a saúde dos cães. As principais incluem:​

  • Erliquiose Canina: Transmitida principalmente pelo Rhipicephalus sanguineus, a erliquiose é causada pela bactéria Ehrlichia canis. Os sintomas incluem febre, letargia, perda de apetite, sangramentos e, em casos graves, pode ser fatal se não tratada adequadamente. ​
  • Babesiose Canina: Também transmitida pelo Rhipicephalus sanguineus, a babesiose é causada por protozoários do gênero Babesia. Os cães infectados podem apresentar anemia, febre, icterícia e urina escura. O tratamento precoce é crucial para a recuperação. ​
  • Febre Maculosa: Transmitida pelo carrapato-estrela (Amblyomma sculptum), a febre maculosa é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii. Embora seja mais conhecida por afetar humanos, cães também podem ser portadores e apresentar sintomas como febre, letargia e hemorragias.

Como identificar uma infestação por carrapatos em cães

Detectar precocemente uma infestação por carrapatos é vital para prevenir doenças e desconforto nos cães. Os sinais mais comuns de infestação incluem coceira excessiva, presença de pequenos nódulos na pele, irritação cutânea e, em casos de infestações severas, anemia. 

Os carrapatos tendem a se fixar em áreas com pele mais fina, como orelhas, entre os dedos das patas, axilas e região inguinal. 

A inspeção regular dessas áreas é recomendada, especialmente após passeios em áreas gramadas, trilhas ou locais com vegetação densa.

Ao encontrar um carrapato, evite puxá-lo com força ou esmagá-lo com os dedos. O ideal é usar uma pinça específica ou levar o cão ao veterinário para uma remoção segura e adequada.

O que fazer ao encontrar carrapatos no seu cão

Encontrar um carrapato em seu cão pode causar preocupação, mas o mais importante é agir com calma e rapidez. 

Se você tiver prática e segurança, utilize uma pinça de pontas finas para segurar o carrapato o mais próximo possível da pele e puxe com um movimento firme e contínuo. 

Evite torcer ou puxar com força excessiva para não deixar partes do parasita presas na pele do animal, o que pode causar inflamações. Após a remoção, desinfete o local com antisséptico e lave bem as mãos. 

Observe o cão nos dias seguintes, e caso ele apresente sintomas como febre, cansaço ou perda de apetite, procure um veterinário imediatamente.

Principais métodos de prevenção contra os tipos de carrapatos

A prevenção de carrapatos deve fazer parte da rotina de cuidados com o seu cão. Esses parasitas são mais do que um incômodo: podem transmitir doenças graves tanto para os pets quanto para os humanos. Dividir a prevenção em etapas práticas facilita a proteção contínua e eficaz.

Uso de produtos antiparasitários

Coleiras antiparasitárias, sprays, pipetas e comprimidos orais são os métodos mais comuns de proteção. 

As coleiras liberam substâncias que repelem e eliminam carrapatos por até 8 meses, dependendo da marca. Já os produtos tópicos e orais geralmente têm ação entre 30 e 90 dias. 

A escolha do método ideal deve levar em conta o estilo de vida do animal, sua saúde e a recomendação do veterinário.

Higiene frequente dos objetos e ambientes

Lavar as mantas, caminhas, brinquedos e tapetes com frequência reduz bastante as chances de infestação. Utilize água quente e, se possível, produtos acaricidas específicos para eliminar larvas e ovos que podem estar escondidos. Aspirar sofás, cantos e frestas da casa também ajuda muito no controle ambiental.

Cuidados com o quintal e áreas externas

O ambiente externo é um dos maiores pontos de risco. Mantenha o gramado sempre aparado, evite acúmulo de folhas e restos orgânicos e, se necessário, aplique produtos carrapaticidas nos locais em que o cão circula. Jardins sombreados e úmidos são os preferidos dos carrapatos.

Visitas regulares ao veterinário

Além de prescrever métodos preventivos eficazes, o veterinário pode identificar sinais precoces de doenças transmitidas por carrapatos. 

Check-ups regulares são fundamentais para manter a saúde do cão em dia e garantir que qualquer infestação seja tratada antes que traga complicações.

Dicas para controlar os tipos de carrapato no meio ambiente

Controlar os carrapatos no ambiente é tão importante quanto tratar o animal. Comece inspecionando e higienizando com frequência os locais onde o cão costuma ficar, como canis, casinhas e áreas externas. 

Utilize inseticidas específicos para carrapatos, sempre seguindo as orientações de segurança do fabricante. 

Aspirar tapetes e sofás também ajuda a remover ovos e larvas. Em casos de infestação grave, considere contratar empresas especializadas em controle de pragas. 

Outra medida eficaz é restringir o acesso do cão a áreas de mata ou vegetação alta, principalmente em épocas de maior incidência. A prevenção ambiental reduz significativamente os riscos de reincidência.

Tipos de carrapato e saúde humana: Riscos e cuidados

Embora os carrapatos afetem principalmente os cães, eles também representam um risco real para os seres humanos. Espécies como o carrapato-estrela podem transmitir a febre maculosa, uma doença grave e potencialmente fatal. 

O contato com animais infestados ou com áreas contaminadas aumenta o risco. Por isso, é fundamental evitar o contato direto com carrapatos e remover imediatamente qualquer parasita encontrado no corpo. 

Use roupas compridas e claras ao caminhar em trilhas ou áreas com mato alto, e verifique o corpo ao retornar. A higiene do ambiente e a saúde do pet são também uma forma de proteger toda a família.

Cuidar é a melhor maneira de evitar os tipos de carrapato nos cães

Identificar corretamente os tipos de carrapato que podem afetar seu cão é mais do que um ato de cuidado — é uma medida de proteção e responsabilidade. 

Cada espécie apresenta riscos e características específicas, e entender essas diferenças permite agir com mais precisão e segurança. 

A inspeção regular do animal, a prevenção ambiental, o uso de produtos veterinários e o acompanhamento profissional fazem toda a diferença na saúde do seu pet. 

Continue acompanhando nosso blog para mais dicas sobre saúde animal, bem-estar e prevenção. Aqui, você encontra tudo o que precisa para cuidar melhor de quem sempre está ao seu lado.

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